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domingo, 5 de setembro de 2010

Consequências

    A noite estava fria e o vento batia na minha janela, dentro da minha cabeça uma ideia fixada me atormentando,e eu sempre dizia a mim mesma Elisa, esqueça tudo isso. Mas era mais forte que eu, foi quando decidi ir atrás das respostas das minhas perguntas, comecei pegando apenas o necessário. Meus pais estavão dormindo, entrei sem que eles ao menos percebessem, dei- lhes um grande beijo e não pude conter minhas lágrimas já caindo sobre suas faces. Minha mãe então abriu os olhos eu apenas disse eu te amo, ela nem percebeu que eu estava ali olhando-a e me despedindo.
    Sai sem olhar para trás levando apenas uma mochila e um dinheiro guardado a meses, desde quando começaram as mesmas perguntas na minha mente.
    Peguei o velho trem e fui sem destino algum, chegando a um lugar estranho onde tudo era diferente e não teria ninguém para me ajudar exatamenete. Mas continuei seguindo as minhas perguntas, quando desci vi milhares de imagens, rostos me olhando, me analisando, era como se todos me culpassem por estar ali, por ter fugido sem ao menos explicar aos meus pais, olhares críticos que me assustaram, ao mesmo tempo que eu sabia o que queria,mas  tinha duvidas se era da forma certa para conseguir minhas respostas, mas voltar não seria a melhor escolha, resolvi ir até o fim.
Andando sozinha pelas ruas daquele lugar, vi pessoas com diversas expressões faciais, vi uma menina que sorria lindamente para sua mãe e ela o mesmo, vi também uma garota que chorava desesperadamente, e ouvi ela dizer que perdeu seus pais em um acidente naquela semana, vi também expressões de ansiedade, nervosismo, tristeza, lágrimas, sorrisos, enfim diversas imagens e diversas perguntas como as minhas. Percebi que não era apenas eu que tinha sede de algo. Creio que minha mãe um dia me perdoe por isso, apenas segui por impulso como muitos fazem.
   Um dia já tinha se passado e onde iria dormir?! não pensei nisso, estava tão distraída olhando as pessoas que eu encontrava nas ruas. Encontrei então uma casa velha abandona, entrei e lá passei a noite, essa hora minha mãe deveria estar desesperada, mas como voltar se ao menos eu soubesse onde estava.
   O dia amanheceu e sai caminhando logo de manhã, entrei numa venda antiga e a senhora dona do local era aparentemente horrível e fria, pedi apenas uns biscoitos, ela me analisava enquanto comia, cheguei a imaginar será que minha mãe havia ido a televisão e colocado minha foto e um pedido de procura-se. Terminei logo com aquilo saindo rapidamente e tive uma ideia, iria me disfarçar, assim não correria risco algum de ser encontrada.
   Entrei numa loja dessas que se vende tudo de um pouco, furtei uma tesoura e sai correndo para que ninguém me pegasse roubando algo, e dei adeus ao meus cabelos longos, ficou estranhamente bom, parecia um menino, e porque não me vestir como um, passei enfrente a uma casa onde secava-se varias peças masculinas, olhei ao lado e não consegui ver ninguém roubei algumas peças. Dali em diante seria vista como meninos aos olhares daqueles que me encontrasse. Voltei ao meu objetivo encontra definitivamente o significado de liberdade, sempre fui muito presa e minha mãe me proibia muitas vezes, eu como uma adolescente não entendia suas super proteções em relação a mim, quando não aguentava mais suas proibições e via que meninas como eu já conheciam a vida muito além do que eu sabia, agi por impulso fugi. Passei exatamente um mês fora de casa, minha imagem mudou,  tive oportunidade de andar como outro nome, e roubar para conseguir me alimentar, sem dizer que dormia em uma casa abandonada.
 Minhas perguntas dentro de mim, após dias perderam a graça, eu queria sempre ser a menina livre, aquela que pudesse fazer de tudo, que não se importa-se com nada, aquela que pensava dane-se tudo, e que não se preocupava com seus pais. 
 Depois de semanas a policia estava a minha procura e eu escondida óbvio, diziam que eu tinha sido sequestrada, a se minha mãe realmente soubesse que a culpa de todo seu sofrimento, foi apenas uma curiosidade estúpida de uma menina irresponsável que achava que ia conhecer o mundo, que ia saber se manter sozinha sem ninguém no mundo.
 Mas como voltar sem intervenção da policia, estava sem nenhum dinheiro, e descobri que eu estava exatamente três dias de viagem de casa, era longe o bastante para que eu não conseguisse voltar. Foi quando percebi a tremenda estupidez de adolescente revoltada que cometi, sem pensar decidi fazer algo arriscado, que por minha sorte não encontrei ninguém de más intenções. 
 Definitivamente descobri então liberdade sempre esteve comigo, mas eu nunca quis vê-la, imaginava que era sair ao mundo, sem os pais dizendo o que fazer. Liberdade é fazer escolhas mas usando a responsabilidade junto, e se eu tivesse procurado minha mãe, não estaria aqui sozinha e ela concerteza teria me ajudado a entender a liberdade e quem sabe iríamos viajar eu, ela e papai juntos livres e felizes.
 Mas o choro era  fato, sem saber o que fazer, tive que ter responsabilidade  para ir e me entregar a policia e voltar para casa, e esperar que minha mãe não me odeí pelo meu ato, e isso foi feito.
 Numa manha de outono, eu estava de volta após um mês querendo mostrar a mim e ao meus pais que poderia ser idependente, mas o que mostrei realmente que fui uma tremenda irresponsável e imatura, fazendo os sofrer de preocupações. Cheguei exatamnete a porta de casa cinco da manhã eu e o policial responsável por me trazer de volta. 
  Entrei, minha mãe estava a base de calmantes mas veio e me abraço forte chorando muito, meu pai já me olhava com os mesmos olhos que sempre me fazia sentir culpada por coisas que eu falava, ele veio por sua vez, me abraço e disse que bom que aprendeu, creio que isso a tenha ensinado algo, e venha cá menina e me abraço forte. E depois disso comecei a procurar meus pais, quando algo me perturbava.


Pense nos atos, pois eles trazem consequências na bagagem. Saiba que liberdade não  é se jogar de um penhasco e fazer com que suas asas aprendam conforme o risco, e sim saber a hora exata que as asas estão prontas, para que possa desfrutar o voo! 
Não precipite-se


Beijos
Karolline Gonçalves

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