deixando de lado aquilo que sustentava todo edifício
moldado-o, de forma que as luzes parassem de brilhar
encontrar o caminho certo, não foi uma das decisões sabias
você sabe exatamente disso
Te vi ali sentado me olhando
não consegui acreditar completamente que eram os seus
a brilhar, ofuscando todo brilho das estrelas
chamando minha atenção
como jamais esperado
Naquele outono junto ao frio que se fazia
na noite escura, sua vontade era de puxar-me pelas
mãos finas e delicadas, e dançar a noite toda
deixando assim uma única vez seu coração comandar
suas atitudes, se tornando irracional .
Era adorável sentir o vento nos cabelos de uma noite fria
me sentia como se pudesse parar o tempo, como se existisse
apenas nós dois ali, valsando no sereno noturno.
Logo a musica que nós dois adorávamos começou a tocar
os olhos se atraíram como imas, algo inesplicavel
então continuamos nos movimentamos, não percebemos
mais já não estávamos dançando a muito tempo
simplesmente balançávamos o corpo e olhávamos nos olhos
como duas crianças de nossa época,
para nós isso era demonstração de imensa amizade.
inocência a nossa não!
Éramos vizinhos e amigos, compartilhávamos a maior parte do
tempo juntos, e fazíamos coisas que crianças faziam
sem ao menos questionarmos, quem de nós dois estávamos certos
unidos éramos apenas um e nada mais.
Era com você que me sentava no campo de flores e ficava olhando o céu
e suas nuvens, planejando que seriamos amigos até que morte
nós levasse para o longe, mantínhamos de mãos dadas, e adormecíamos
muitas vezes com os dedos entrelaçados, ali no campo de flores.
O tempo passou, vivemos muito pouco creio eu, mais o bastante para sentir
que você me fez falta no verão passado, e no outro, enfim nos dez anos que
ficamos longe.
Éramos novos, de imediato não me importei, mais como os dias se passando sua falta eu chorei.
Desde que se mudou, me mantive a mesma, mais com um vazio inesplicável e intolerável
sua companhia me fazia muito bem, as vezes sentava na varanda, onde tinha visão de sua antiga casa
e imaginava quando iria vê-lo, e pode abraça-lo e pedir que nunca mais se afastasse de mim.
Com o tempo essas vontades diminuíram, mas não sumiram, meus olhos sem que eu percebesse olhava as fotos nos porta retratos nossos no meu quarto, e as lembranças vinham.
Já não tinha mais esperanças, quando me surpreendi com o que havia acontecido
estava ali um jovem rapaz, olhando para minha direção, mostra-me um olhar inocente,
olhar que eu conhecia bem, mas que mantive minhas duvidas, mas ao abrir o sorriso
logo notei que era exatamente você, paralisada comecei a chorar desesperada e você então
notou que éramos nós novamente ali de frente um para o outro.
Nos seus braços como sempre me mantive confortável, me escondendo do mundo, como
sempre fazia, e ele como sempre me dizia doce menina aqui encontra um coração, a frase nunca
foi dita completamente, eis que aquele dia de reencontro ele me disse pela primeira vez, após dez anos
longe, onde nós nos sentimos falta, a doce frase penetrou nos meus ouvidos,
doce menina aqui encontra um coração que só parará de bater quando o seu parar,
naquele instante percebemos ali que a inocência de duas crianças juntas
havia construído o mais nobre dos sentimentos, estes que o tempo não destroí, apenas aumenta.
E ali ficamos dançando como fazíamos quando crianças, relembrando os velhos hábitos.
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